22 de set. de 2009

Via Ápia

Vocês já pararam para se perguntar de onde vem as estradas como conhecemos hoje?

Até 400 a.C., os romanos utilizavam caminhos de terra para deslocar-se da sua capital às cidades vizinhas. Entretanto, o ataque gaulês de Breno, em 390 a.C., mostrou a ineficácia do sistema defensivo de Roma, devido principalmente à lentidão de movimentação das tropas sobre o que eram apenas caminhos pouco aptos para se mover.

A necessidade de melhor defesa, junto com a vontade de expansão e de hegemonia sobre a Itália, levou a República Romana, ainda frágil e ameaçada, a pôr em questão estruturas escassamente adaptadas a esses desejos. Eram precisas rotas sólidas. Estes eixos permitiriam uma circulação mais rápida e segura, mas sobretudo facilitariam a mobilidade das tropas.

A Via Ápia (em latim Via Appia, em italiano Via Appia Antica) é a primeira e uma das principais estradas da antiga Roma. Recebeu este nome em memória do político romano Ápio Cláudio Cego, que iniciou sua construção em 312 a.C. Era chamada, em latim, de Regina Viarum (rainha das estradas).

A Via Ápia foi o principal trecho da grande extensão de cobertura oferecida pelas estradas romanas, fato que deu origem ao ditado popular: "todas os caminhos levam a Roma".

A mesma serviu de modelo para todas as estradas construídas posteriormente. Era formada por pedras alisadas e bermas delineadas. Apesar de não oferecer o conforto do asfalto dos dias de hoje, pois as rochas de basalto não proporcionavam grande continuidade e suavidade ao terreno, a verdade é que essas rochas encontram-se ainda bem fixadas nos percursos, 2000 anos depois. Isto deve-se, provavelmente, à técnica de preparação do terreno, em que eram colocadas várias camadas de materiais para assegurar a sua estabilidade e, só no final, o revestimento, com as rochas. Além de conferir maior durabilidade, tal composição permitia a drenagem das chuvas.

Extremamente bem sinalizada, a Via Ápia contava com placas e demarcadores de distâncias. Aos romanos ainda é conferida a criação dos quebra-molas, formados por pedras maiores que as do traçado original da estrada, colocadas nas laterais da pista com o objetivo de impedir que as carroças e bigas circulassem fora do trajeto delineado. Caso isso acontecesse as pedras maiores quebravam os eixos de tais veículos.

Outra curiosidade: a estrada romana não possuía curvas circulares. As mesmas eram sempre em ângulos de 90 graus.

Existem muitas estradas modernas que ainda seguem o traçado original Romano. A própria Via Ápia original ainda pode ser vista em vários lugares da Itália.

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